sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Topo

O Topo situa-se no extremo sueste da ilha. Devido à dificuldade em transpor a Serra, a vila esteve sempre “mais próxima” da Terceira do que da Calheta. Essa influência histórica está patente na arquitetura civil e religiosa, na atividade comercial e no registo de vários casamentos entre topenses e terceirenses. Apenas, em meados do século passado, foi aberta uma ligação terrestre aceitável com a Calheta. Rua principal, que liga o Império da Irmandade do Divino Espírito Santo ao Cais.

Igreja de Nª Sª do Rosário, reconstruída em 1761, após o “Mandato de Deus”, nome popular do sismo de 1757, o mais violento ocorrido, até hoje, no arquipélago.

O Solar dos Tiagos foi recentemente restaurando e reconvertido em ATL e centro de dia. Na capela, anexa, repousa Willem van den Hagen, aportuguesado para Guilherme da Silveira, um flamengo quinhentista, dinamizador do povoamento dos Açores.

Sem a importância económica que teve no Pico e Faial, a caça à baleia também teve lugar nos mares de S. Jorge. A primeira armação na ilha foi fundada no Topo, em 1880. Vigia da baleia cercada pelo milho e aparentemente abandonada ao tempo.

Costa no cais do Topo. Até meados do século XX, o Topo foi o principal porto de comunicação entre S. Jorge e a Terceira. Aqui embarcavam passageiros e desmanchavam-se cachalotes. Desse tempo, restou apenas um guindaste que auxilia atualmente as poucas embarcações que aqui encostam. 

Sede do Clube União. Preparativos do 145º aniversário. Nunca estive numa ilha com tantas bandas filarmónicas. Poucos devem ser os habitantes que não sabem tocar um instrumento musical.

Após a missa, procissão no âmbito dos festejos da banda.

Procissão II.

Procissão III.

Ilhéu do Topo visto da pontinha. Excluída a via aérea, há três formas de lá chegar: de barco, a nado ou montado em cima de uma vaca ou ovelha! Apesar de ser uma área protegida, os animais atravessam o pequeno canal a nado até ao ilhéu e por lá ficam horas a pastar. Perguntei se havia “chatices” com o pessoal do Parque Natural de S. Jorge ou tubarões na área. Resposta de soslaio de um topense, em início de estágio para uma prometida borracheira dominical: “Nãaa, senhor!...”. A consciência ambiental enfrenta dificuldades para atravessar a Serra do Topo.