sábado, 17 de fevereiro de 2024

Cultura líquida

 Cultura líquida: vinharias (vinoteka), cervajarias (pivovarna) e cafés (kavarna).

Praga está repleta de lugares interessantes para beber um copo de vinho, uma cerveja ou um café. Uns antigos outros contemporâneos, são espaços de pausa e de convívio social, entre as longas caminhadas pela cidade.  Aqui fica uma possível lista de sugestões.


Casa da Virgem Negra (Dum U Cerné Mattky Bozy, edifício cubista, 1911-12), na Cidade Velha. No primeiro andar, acolhe o único café cubista da cidade, o Grande Café Oriente. Escadas de acesso.

Salão principal do café.

 No rés-do chão, alberga a loja do Museu do Cubismo Checo.

Café Louvre, na Avenida Nacional (Národni Trída), um clássico frequentado por Kafka e Einstein.  Fundado em 1902.


Menu e duas fãs do Louvre.

Salão de bilhares.

Um café no Louvre.

Wine Not?, uma vinharia no Cais Masaryk (Masarykovo Nábrezi).

Kavarna Obecni Dum, na Casa Municipal (Arte Deco, 1911), Praça da República (Námesti Republiky).

Na Vinoteka Sestka, na rua Dlouhá, nas imediações do bairro judeu, na companhia de Audrey Hepburn.

Café Arco, frequentado por Kafka, na Cidade Nova.

Um capuccino no Café Imperial, recentemente restaurado, perto da Masarykovo Nádrazi (Estação de Comboios Masaryk).

Pilsner Urquell é a mais popular das cervejas checas.

O leque é muito variado: Budweiser, Hemp, Starocech...

Uma instituição de Praga: a cervejaria U Zláteho Tygra (O Tigre Dourado), na rua Husova 228, na Cidade Velha (sítio oficial: https://www.uzlatehotygra.cz/cs/ )

Aqui a Pilsner Urquell é servida à pressão, desde as 15H00 até às 23H00.

No interior do Tigre Dourado.

Numa parede, o escritor Bohumil Hrabal (cliente habitual até ao fim da vida) e os Presidentes Václav Havel e Bill Clinton.

E por último, uma sugestão para quem vive mergulhado no vício…

Cidade Nova e Zizkov

 Cidade Nova / Nove Mesto e Zizkov

A Cidade Nova (Nove Mesto) oferece-nos os equipamentos públicos introduzidos com o desenvolvimento urbano dos séculos XIX e XX, contextualizados nos movimentos artísticos de cada época, bem como a memória dos tumultuosos acontecimentos que marcaram o século XX da cidade e do país: independência, ocupação alemã, comunismo, Primavera de Praga e Revolução de Veludo. No século XXI, a cidade continua em transformação.

Na Prikopé com Praça S. Venceslau (Václavské Námesti). Josef Sudek, Prague Panoramique, 1959 (edição de 1992).

Praça S. Venceslau, palco da Primavera de Praga (1968), esmagada pela invasão soviética, e da Revolução de Veludo (1989), que pôs fim ao regime comunista e devolveu a democracia. Ao fundo, o Museu Nacional.

Praça S. Venceslau

No topo da Praça S. Venceslau, homenagem aos estudantes que se imolaram, em protesto contra a invasão soviética: Jan Palach (1948-1969) e Jan Zajic (1950-1969). Os acontecimentos da Primavera de Praga são narrados na obra “A Insustentável Leveza do Ser” (1983), de Milan Kundera e serviram de inspiração ao filme homónimo (1988), de Philip Kaufman.

Cartaz com Václav Havel, dramaturgo, dissidente e figura principal da Revolução de Veludo. Foto Michal Túma, Praça S. Venceslau, 18.12.1989.


Cobertura do Palácio Koruna (Arte Nova, 1913), passagem Na Prikopé com Praça S. Venceslau.

U Nováku (Arte Nova, 1903), rua Vodickova, perto da Praça S. Venceslau.


Palácio Adria (1923-24), com a passagem para o Teatro Bez Zábran (Divadlo Bez Zábradli), construído por Pável Janák, figura maior do cubismo checo.

Antigo Parlamento da República Socialista da Checoslováquia (1973), atual ala do Museu Nacional, na esquina entre a Praça S. Venceslau e Washingtonova.

Kotva (1975) foi o maior armazém comercial da República Socialista da Checoslováquia. Neste momento, está fechado, em remodelação de interiores. Praça da República (Námesti Republiky).

Passagem da Praça Václav Havel para a Avenida Nacional (Národni Trída).

Praça Václav Havel.

Václav Havel (1936-2011), último Presidente da Checoslováquia e primeiro Presidente da República Checa.

Praça Václav Havel nas costas do Teatro Nacional (Národni Divadlo, à esquerda).

Cais Masaryk (Masarykovo Nábrezi). Os elétricos fazem parte da paisagem urbana de Praga.

Edifício Dançante (Tancici Dum, 1996), projetado por Vlado Milunic e Frank Ghery, em homenagem a Fred Astaire e Ginger Rogers. Praça Jirásek (Jiráskovo Námesti).

 
Casa Municipal (Obecni Dum, Arte Deco, 1911), Praça da República (Námesti Republiky). O edifício alberga um café, um restaurante, uma sala de concertos e exposições de vários artistas da época, com destaque para Alfons Mucha (1860-1939).

Flirt (1895), trabalho de Alfons Mucha, realizado para uma marca de biscoitos.

Masaryská II.

Passagem numa área comercial perto do Metro Florenc.

No túnel de Zizkov.

Na colina de Zizkov, situa-se o Memorial da Libertação. Construído para homenagear os soldados checos falecidos na 1.ª GM, foi concluído pelo regime comunista no final da 2.ªGM. Encerrado em 1989, reabriu em 2009, para contar a História Checa do Século XX.

Bairro Judeu

 Bairro Judeu / Josefov

Situado entre a Praça da Cidade Velha e o rio Vltava, tendo como eixo principal a Avenida de Paris (Parízska Trída), o Bairro Judeu Josefov é constituído por várias sinagogas e um antigo cemitério, que constituem importantes testemunhos do passado da comunidade asquenaze, antes do seu quase total extermínio pelos nazis. Em 1939, viviam 92 mil judeus em Praga; em 2024, são cerca de 1600.

comunidade judaica está reduzida à triste figura de montra de loja de recordações. 

Franz Kafka (1883-1924), provavelmente, o mais conhecido habitante de Praga.

Sinagoga Espanhola (Spanelská Synagóga) edificada em 1868, em memória dos descendentes dos judeus de Espanha, que se refugiaram em Praga, na segunda metade do século XVI.

Sinagoga Velha-Nova (Staronová Synagóga), construída no século XIII, é a mais antiga da Europa. Continua um local de culto ativo, como se pode verificar pelos cartazes sobre o rapto de judeus no sul de Israel, que originou o mais recente conflito no Médio Oriente.




Sinagoga Pinkas (Pinkasova Synagóga) presta homenagem aos 77.297 judeus checos que foram mortos na 2.ª Guerra Mundial e que passaram pelos campos de Terezín (Chéquia) e de Auschwitz (Polónia). 

Nomes, datas de nascimento e morte.

No andar superior da Pinkas, estão expostos trabalhos realizados por crianças do campo de Terezín, sob orientação do professor de artes Friedl Dicker-Brandeis. Antes de ser enviado para Auschwitz, Brandeis escondeu a coleção de pinturas. Esta só seria descoberta dez anos mais tarde. Das 15 mil crianças judias checas que passaram por Terezín apenas 93 sobreviveram.

Trabalhos com um nome e um rosto. Ruth Schachtenová (28.08.1930 – 18.05.1944) e Gertruda Eisingen (27.12.1931 – 23.10.1944). 

Antigo Cemitério Judeu (1439-1787) (Starý Zivdovský Hrbitov), com as estelas amontoadas e encostadas umas às outras. Devido à falta de espaço e à impossibilidade de abolir sepulturas antigas, foram realizados enterramentos por camadas, elevando o cemitério vários metros acima das ruas circundantes.