Cidade de Rodes, cidade velha. Regresso ao início, ao que ficou por ver. Desta vez, o foco não foi o património dos cavaleiros hospitalários, mas o legado das comunidades judaica e turco-muçulmana.
No exterior das muralhas.
Os invasores de Rodes do século XXI.
Praça dos Mártires Judeus, o centro do antigo bairro judeu de Rodes.
Após o armistício italiano, em 1943, os alemães ocuparam Rodes. Até então protegidos, os judeus foram perseguidos e enviados para campos de concentração. Num só dia, a 23 de julho de 1944, 1604 judeus embarcaram para Atenas e daí seguiram de comboio na direção de Auschwitz-Birkenau, onde tiveram o fim que se conhece. Rodes tinha uma importante e influente comunidade judaica, que remonta ao século I, à qual se acrescentou, na passagem dos séculos XV para XVI, os sefarditas que fugiram da Península Ibérica. Segundo dados do Museu da Sinagoga Kahal Shalom, dos 1900 judeus que viviam na cidade antes da 2.ª Guerra Mundial somente 200 sobreviveram. Há judeus que estão a pedir a nacionalidade portuguesa invocando a descendência da comunidade sefardita de Rodes (Expresso, "Lei dos sefarditas, R.I.P.", de Rita Mayer Jardim, em 02.09.2022).
Rua Pindarou, bairro judeu, antes da 2.ª Guerra Mundial.
Museu da Sinagoga Kahal Shalom.
Rua Pindarou na atualidade.
Sinagoga Kahal Shalom, construída em 1557. É a mais antiga da Grécia que chegou aos nossos dias.
Para saber mais: https://jewishrhodes.org/the-kahal-shalom-synagogue/
O jornal da comunidade judaica de Rodes escrito em ladino,
língua semelhante ao castelhano, falado pelos judeus da Península Ibérica.
Museu da Sinagoga Kahal Shalom.
O cônsul turco de Rodes, Selahattin Ulkumen, invocou a neutralidade do seu país na 2.ª Guerra Mundial, para salvar 42 judeus com a sua nacionalidade. Israel reconheceu-lhe o título de "Justo entre as Nações". Museu da Sinagoga Kahal Shalom.
No exterior da Sinagoga, a vida segue o seu caminho. Ao fundo, na rua Pindarou, perpendicular escondida pela sombra, turistas e locais vagueiam incessantemente. Uns metros antes, cozinha-se na rua e seca-se a roupa ao sol com tranquilidade.
Liberdade condicional.
Conversa de esplanada.
Pausa para um frappé na Praça Hippocratous.
A Biblioteca Hafiz Ahmed Aga é o único espaço cultural ligado à herança turco-muçulmana que é visitável. Todas as mesquitas estão fechadas. Algumas foram restauradas, outras estão ao abandono.
Mesquita Aga, Rua Sokratous.
Mesquita Ibrahim Pashá, Praça Platanos.
Mesquita Recep Pashá, Praça Dories.
Também não é possível visitar os banhos turcos Yeni Hamam, na Praça Arionos.
O último cliente que por lá passou deixou o carro à porta e nunca mais foi visto...
Visíveis por todo o lado nas ruelas da cidade velha,
os arcos são uma proteção contra os terramotos.
Uma égide contra o calor.
Cumplicidade.
Mesquita Solimão, o Magnífico.
Aberto em 1822 e há duzentos anos na mesma família,
o Café Turco Sisha Bar Mevlana, na Rua Sokratous, reside num edifício do século XIV.
Para saber mais: https://www.ehica.eu/portfolio_page/cafe-mevlana-en/
Final de tarde na Praça Hippocratous, o centro da cidade velha.