sábado, 24 de setembro de 2022

De regresso à cidade velha

      Cidade de Rodes, cidade velha. Regresso ao início, ao que ficou por ver. Desta vez, o foco não foi o património dos cavaleiros hospitalários, mas o legado das comunidades judaica e turco-muçulmana.

No exterior das muralhas.

Os invasores de Rodes do século XXI.

Praça dos Mártires Judeus, o centro do antigo bairro judeu de Rodes. 

     Após o armistício italiano, em 1943, os alemães ocuparam Rodes. Até então protegidos, os judeus foram perseguidos e enviados para campos de concentração. Num só dia, a 23 de julho de 1944, 1604 judeus embarcaram para Atenas e daí seguiram de comboio na direção de Auschwitz-Birkenau, onde tiveram o fim que se conhece. Rodes tinha uma importante e influente comunidade judaica, que remonta ao século I, à qual se acrescentou, na passagem dos séculos XV para XVI, os sefarditas que fugiram da Península Ibérica. Segundo dados do Museu da Sinagoga Kahal Shalom, dos 1900 judeus que viviam na cidade antes da 2.ª Guerra Mundial somente 200 sobreviveram. Há judeus que estão a pedir a nacionalidade portuguesa invocando a descendência da comunidade sefardita de Rodes (Expresso, "Lei dos sefarditas, R.I.P.", de Rita Mayer Jardim, em 02.09.2022).

Rua Pindarou, bairro judeu, antes da 2.ª Guerra Mundial.
Museu da Sinagoga Kahal Shalom.

Rua Pindarou na atualidade.

Sinagoga Kahal Shalom, construída em 1557. É a mais antiga da Grécia que chegou aos nossos dias.

O jornal da comunidade judaica de Rodes escrito em ladino,
língua semelhante ao castelhano, falado pelos judeus da Península Ibérica.
Museu da Sinagoga Kahal Shalom.

O cônsul turco de Rodes, Selahattin Ulkumen, invocou a neutralidade do seu país na 2.ª Guerra Mundial, para salvar 42 judeus com a sua nacionalidade. Israel reconheceu-lhe o título de "Justo entre as Nações". Museu da Sinagoga Kahal Shalom.

No exterior da Sinagoga, a vida segue o seu caminho. Ao fundo, na rua Pindarou, perpendicular escondida pela sombra, turistas e locais vagueiam incessantemente. Uns metros antes, cozinha-se na rua e seca-se a roupa ao sol com tranquilidade.

Liberdade condicional.

Conversa de esplanada.

Pausa para um frappé na Praça Hippocratous.

A Biblioteca Hafiz Ahmed Aga é o único espaço cultural ligado à herança turco-muçulmana que é visitável. Todas as mesquitas estão fechadas. Algumas foram restauradas, outras estão ao abandono.

Mesquita Aga, Rua Sokratous.

Mesquita Ibrahim Pashá, Praça Platanos.

Mesquita Recep Pashá, Praça Dories.

Também não é possível visitar os banhos turcos Yeni Hamam, na Praça Arionos.
O último cliente que por lá passou deixou o carro à porta e nunca mais foi visto...

Visíveis por todo o lado nas ruelas da cidade velha,
os arcos são uma proteção contra os terramotos.

Uma égide contra o calor.

Cumplicidade.

Mesquita Solimão, o Magnífico.

Aberto em 1822 e há duzentos anos na mesma família,
 o Café Turco Sisha Bar Mevlana, na Rua Sokratous, reside num edifício do século XIV.


Final de tarde na Praça Hippocratous, o centro da cidade velha.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Lindos

 

Baía Vliha, com Lindos ao fundo.

Praia Vliha.

Taverna Mavrikos, a referência gastronómica de Rodes desde 1933.

Deusas Gregas.

Casa tradicional de Lindos, século XVIII, onde se destaca o Sperveni. À primeira vista, parece uma rede mosquiteira que cobre a cama. De facto, trata-se de um ornamento, constituído por vários bordados de seda, que era usado apenas na noite de núpcias.

A mulher do surfista prateado.

Reconstituição da acrópole de Lindos, século IV a.C.

Acrópole de Lindos I.

Acrópole de Lindos II.

Baía S. Paulo (Agios Pavlos) a partir da acrópole.

Quem não tiver pernas para a subida pode alugar um burro.

Ar cansado e triste.

Pode-se visitar, mas não é permitido tirar fotografias no interior. 
Panaghia de Lindos é a mais extraordinária igreja ortodoxa de Rodes.

À semelhança de outras terras do Mediterrâneo, encontraram-se soluções arquitetónicas para superar o calor e a ausência de chuva: pátios, açoteias e brancura. Lindos parece feito de cubos de açúcar.

Segundo a tradição, S. Paulo desembarcou nesta baía em 58 d.C.

Agios Pavlos em versão cinescope.

De Tsampika a Anthony Quinn

 

É necessário subir 300 degraus ao sol para alcançar, no cimo de um monte sobre o Mediterrâneo, o Mosteiro Tsampika. As mulheres com dificuldade em engravidar fazem-no descalças. Caso tenham sucesso no pedido, o menino deve ser chamado Tsampikos e a menina Tsampika.

Pedidos à Virgem, Mosteiro Tsampika.

Vista da Praia Tsampika a partir do Mosteiro.

Praia Ladiko I.

Praia Ladiko II.

Praia Ladiko III.

Praia Ladiko IV.

Praia Ladiko V.

 
Em 1961, aquando da rodagem do filme "Os Canhões de Navarone", Anthony Quinn ficou deslumbrado com a beleza deste lugar e quis comprá-lo ao Estado grego. Aceite inicialmente, o ato de compra e venda seria anulado e a baía devolvida ao espaço público, para desgosto do ator. O litígio continuou nos tribunais e manteve-se vivo, mesmo após a sua morte, por ação da família e de pressões diplomáticas. Quanto ao praia, ficou, ironicamente, com o nome... Anthony Quinn.


Baía Anthony Quinn ou, à grega, Antoni Kouin!