Lin é uma pequena
aldeia de pescadores nas margens do Lago Ohrid. É a povoação continuamente
habitada mais antiga da Europa. No verão de 2023, os arqueólogos descobriram um
aldeamento de palafitas submerso com 8.500 anos.
Um lago como se
fosse uma piscina privada.
As cores da água vistas do cimo da pequena península.
O bunker de Lin é,
provavelmente, o mais fotogénico do país. O interior foi convertido numa
pequena capela ortodoxa, com ícones pendurados nas paredes e velas
no chão. Em 2022, estive no outro lado, na Macedónia do Norte.
No cimo da
península, há uma igreja paleocristã do século VI.
Os mosaicos combinam
desenhos geométricos e figurativos que retratam a flora e a fauna do
ecossistema do lago misturados com imagens eclesiásticas. Descobertos em 1967,
a estrutura foi mantida em segredo pelo regime comunista, por causa da ligação
religiosa.
Uma casa na
aldeia com o símbolo do país, a águia bicéfala.
Vendedoras de
produtos hortícolas conservados em vinagre.
Um café à beira
lago.
Estação de
caminho de ferro de Lin abandonada, tal como a maior parte da estrutura
ferroviária do país.
Uma mina de ferro
e níquel abandonada em Prrenjas.
As torres da mina
foram pintadas com 1380 joaninhas.
O complexo
siderúrgico Kombinati Metalurgjik, situado nos arredores de Elbasan, foi
construído no início dos anos 70 e contou com ajuda técnica e financeira da
China até ao rompimento das relações em 1978. O “Aço do Partido” foi a maior
empresa da Albânia. No auge, empregava 12 mil trabalhadores. Nos anos 90, a
produção cessou com o fim do regime. Na atualidade, apesar dos riscos
ambientais para a saúde e a segurança das populações, a área está
surpreendentemente com vida. Alguns edifícios transformaram-se em oficinas, os
espaços abertos tornaram-se ferros-velhos e as pessoas cultivam vegetais em
terrenos circundantes. Lembrei-me de “A Estrada”, uma ficção pós-apocalíptica.
Dois ensaios
fotográficos para apreciadores de arqueologia industrial:
https://www.alfreddiebold.de/portfolio/stories/elbasan-kombinati-metalurgjik/
https://phmuseum.com/projects/steel-of-the-party
Construções neoestalinistas nos arredores de Tirana.
De regresso a Tirana nas traseiras de um autocarro.
Homenagem à luta pela libertação do país, em Berat.
Berat, Cidade das Mil Janelas, Património UNESCO.
Do lado esquerdo, o bairro Mangalem, muçulmano; do lado direito, o bairro
Gorica, cristão ortodoxo. Esta divisão histórica não tem correspondência no
presente.
Boulevardi Republika.
Nova Berat vista do castelo.
Gorica vista do castelo.
O minarete da Mesquita Vermelha no bairro Kalaja (Castelo).
No bairro Castelo, há uma cidadela com moradores permanentes e edifícios de
várias épocas.
Busto de Constantino.
Em Rruga Mihal Komnena, na rua que sobe em direção ao castelo, encontra-se o Museu
Salomão, gerido pela viúva do fundador. O Museu Salomão retrata a vida dos
seiscentos judeus que procuraram refúgio em Berat durante o Holocausto. Eles vieram
de vários países europeus e foram acolhidos por famílias cristãs e muçulmanas,
sendo este o único lugar ocupado pelos nazis onde a população judaica aumentou durante
a 2.ª Guerra Mundial. No fim do conflito, a maioria foi para Israel e os EUA. Duas
notas finais: num contexto de isolamento internacional e da proclamação do
Estado Ateu (1967), este facto histórico apenas foi reconhecido e divulgado no
início do século XXI; por último, passados 80 anos, o que dirá a consciência
dos netos e bisnetos dos sobreviventes perante a tragédia em Gaza?
A entrada da Albânia na minha idade adulta fez-se através do filme
“Lamerica”, de Gianni Amelio (Itália, 1994). Baseado num episódio verídico, a
viagem do navio Vlora que transportou milhares de refugiados de Durrës para
Bari (08.08.1991, fonte da foto: www.wikipedia.pt),
o filme narra a história de dois empresários italianos que chegam à Albânia com
o intuito de abrir um negócio de fachada, aproveitando-se da ingenuidade e da
corrupção locais. O plano acabou por afundar-se no caos político e social do
país tal como o protagonista que acaba diluído na imensidão de andrajosos e de
rostos marcados pela miséria. À época, as imagens finais do navio abarrotado
com emigrantes desesperados foram um choque inimaginável em solo europeu e um
prenúncio do drama em que se transformaria o Mediterrâneo nas décadas
seguintes.
Anfiteatro romano de Durrës.
Museu dos Mártires da 2.ª Guerra Mundial.
Detalhe do mosaico realista.
O museu está fechado. Um polícia disse-me que estava em remodelação, mas não
vi qualquer sinal de obras. Num ambiente de abandono, há quem não se esqueça
dos antepassados.
Bulevardi Dyrrah em direção à marginal.
A caminho da Royal Villa ia tropeçando num bunker…
A Royal Villa é uma reminiscência da monarquia albanesa (1928-1939). Foi
construída em 1937 para o autoproclamado rei Zog I, que só conseguiu desfrutar
da residência por um ano. Durante o período comunista, tornou-se um espaço de
receção para visitantes ilustres. Em 1997, foi saqueada durante os distúrbios
que varreram o país. Hoje, está à espera de melhores dias.
Salão de entrada e escadaria de acesso aos pisos superiores.
Uma receção ao rei Zog I no salão principal. Neste espaço estão expostas fotografias da época, que retratam a cidade e a residência de verão nos
anos 30 do século XX.
O salão como era…
… e como está na atualidade.
O porto de Durrës visto da varanda.
Entrada no porto de Durrës. Ao contrário do passado recente, o local está
organizado e tem segurança permanente. Uma parte do gradeamento serve de
expositor artístico.
Visão do passado.
Projeção do futuro.
Uma televisão albanesa com perfil filosófico.
Homenagem à resistência albanesa perante a ocupação italiana.
Sfinksi, ex-Volga Promenade, a marginal de Durrës.
Marginal.
Os Albaneses.
No Mar Adriático.