Durante muito tempo,
foi conhecido pela “décima ilha”, devido ao isolamento e à falta de
comunicações. As horas custavam a passar e tudo parecia demasiado pequeno para
se suportar durante uma vida. No romance Gente
Feliz com Lágrimas, João de Melo descreve vários episódios que retratam a
difícil condição humana dos nordestinos e as viagens épicas a Ponta Delgada.
Hoje, chega-se rapidamente, mas são poucos os que chegam. Não há lagoas,
caldeiras e fumarolas que atraiam grande quantidade de forasteiros. Os fluxos
turísticos estão concentrados entre as Sete Cidades e as Furnas e deixam à
margem o Nordeste e toda a costa Este, a mais preservada da ilha. É impossível
não ficar impressionado com a exuberância da vegetação, a profundidade dos
desfiladeiros e a pacatez das pequenas aldeias situadas à beira-mar. Assim se
alcança a Ponta da Madrugada, a finisterra Oriental, depois de percorrer todas
as curvas de uma velha e esburacada estrada regional. Entre o precipício e o
continente são 1600 km de mar. Por momentos, fica-se a observar, debaixo de um
céu de chumbo, a linha do horizonte na mais completa solidão. Como afirmou
Onésimo Teotónio Almeida, os Açores serão sempre um território “para quem não tem
receio de estar só a contar os matizes de cinzento e a agarrar na palma da mão
bocados de tempo parado.”
Centro histórico da vila, com a Igreja Matriz ao
fundo.
Traçado urbano no centro da vila.
Ponte dos Arcos.
Farol da Ponta do Arnel.
Ponta do Arnel.
Ponta da Madrugada I.
Ponta da Madrugada II.