Paisagens
da alma
O dramaturgo Henrik Ibsen (1828-1906) guarda o Teatro Nacional. "O homem mais forte do Mundo é aquele que permanece sozinho", em "Um Inimigo do Povo", 1882.
Casa da Ópera. Inaugurado em 2008, foi projetado pelo estúdio de arquitetura Snøhetta, autor de obras como a Biblioteca Alexandrina, no Egipto, o Memorial 11 de Setembro, em Nova Iorque, ou a extensão do Cofre Mundial de Sementes, em Svalbard. Design atraente, fachada branca feita em mármore de Carrara e vistas deslumbrantes sobre o fiorde de Oslo.
Museu Munch. Dedicado à vida e à obra do pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944). A juventude foi marcada pelas tragédias familiares e pelo medo da loucura: a mãe e irmã mais velha morreram de tuberculose, enquanto a irmã mais nova sofria de problemas mentais. Na idade adulta, o alcoolismo e a instabilidade emocional levaram-no a ser internado numa instituição psiquiátrica. Após oito meses de tratamentos, a alma atormentada deu lugar a um espírito mais otimista, que conservou até ao final da vida. O seu legado artístico é reconhecido universalmente, por ter dado forma pictórica à vida interior e à psique do homem moderno. As suas pinturas de pavor existencial, ansiedade e solidão tornaram-se ícones intemporais.
“Melancolia Noturna”, 1896. Munch nas palavras de Knausgård: “No que se
refere à arte norueguesa, a ruptura chegou com Munch; foi nas suas pinturas
que, pela primeira vez, o homem ocupou todo o espaço. Enquanto no Iluminismo o
homem se subordinava ao divino e no Romantismo à paisagem onde era retratado –
as montanhas são vastas e ameaçadoras, o mar é vasto e ameaçador, até as
florestas são vastas e ameaçadoras, enquanto os homens, sem exceção, são
pequenos -, com Munch a situação inverte-se. É como se os seres humanos
engolissem tudo, tornassem tudo seu. As montanhas, o mar, as árvores e as
florestas, tudo é colorido pela humanidade. Não por ações humanas e pela vida
exterior dos homens, mas pelos seus sentimentos e pela sua vida interior.”
“A Minha Luta: 1. A Morte do Pai”, Karl Ove Knausgård, pág. 194.
“O Grito” enquanto angústia do homem moderno. Concebido em 1893, em
Kristiania (Oslo, na atualidade), quando Munch estava a caminhar ao pôr do sol e
"ouviu o enorme e infinito grito da natureza".
“O Grito” enquanto expressão de horror. A tomada de posse presidencial de
Donald Trump, em 2017, pelo cartoonista britânico Peter Brookes. Cenário em
aberto para 2025…