domingo, 3 de setembro de 2023

Modernismo Soviético: Brutalismo

 

CCCP: Cosmic Communist Constructions Photographed, Frederic Chaubin, Tashen, 2010, um livro determinante para cunhar a expressão “modernismo soviético” e inspirador para viajantes nos territórios da ex-URSS.


O Brutalismo foi fundado na Grã-Bretanha, em 1951. O termo deriva da expressão francesa "Beton brut" que significa “betão armado”. A partir de meados dos anos 50 até ao fim da década de 80, este tipo de arquitetura tornou-se parte integrante na promoção da ideologia socialista no Bloco de Leste, por associar a monumentalidade e as formas ásperas ao poder e à natureza inquebrável do Estado.

Após o colapso da União Soviética, muitos edifícios transformaram-se subitamente em monstros decadentes, abandonados pelas novas autoridades, por simbolizarem o passado recente. Nos últimos anos, houve um crescente e renovado interesse neste tipo de arquitetura, devido ao seu valor intrínseco e à curiosidade na descoberta de edifícios que, até há pouco tempo, estavam afastados dos olhares ocidentais. Hoje, o estado de muitas construções é díspar: preservadas, demolidas ou a lutar pela sobrevivência.

Cheguei tarde. Na Praça da Revolução Rosa, encontravam-se “as orelhas de Andropov” (ex-Presidente da URSS,  entre 1982-84). Os arcos de betão, construídos em 1983, foram demolidos em 2005. Fonte: https://georgianjournal.ge/discover-georgia/34170-georgias-soviet-era-monuments-featured-on-cnn.html  

Na Praça , o antigo Hotel Soviético Intourist deu lugar ao Radisson Blue Iveria Hotel (1967, 1.º hotel de luxo na Geórgia; 1992, campo de refugiados Abecásia; 2004, saída dos refugiados; 2009, reabertura). Nas costas dos antigas "orelhas de Andropov", há um restaurante moderno. No sítio, conta-se a evolução histórica/urbanística da praça: https://republic.ge/about/ 

Edifício residencial em Marjianishvili.

Antiga Casa de Educação Política (1970), atual Banco TBC, em Marjianishvili.

Antiga Biblioteca Nacional Técnica (1985). No rés-do-chão, há um casino decadente e diversas lojas comerciais. A parte superior está abandonada.

 

Mosaicos da Laguna Vere (1978), as maiores piscinas soviéticas de Tbilisi. No exterior, há um stand e uma garagem de reparação de automóveis. Não foi possível tirar fotografias no interior, porque encontrei um indivíduo irritado com a minha presença naquele espaço público. O pouco que vi resume-se a um miserável estado de abandono. Fontehttps://bm.ge/en/news/-laguna-vere-development-critical-for-the-capital---tbilisi-mayor/125430


 
Palácio dos Rituais ou das Cerimónias (1984). Não se pode visitar. Foi comprado por um milionário georgiano, que aluga o espaço para organização de eventos. 


Um dos mais célebres edifícios do Modernismo Soviético, o antigo Ministério das Autoestradas (1976) é, na atualidade, a sede do Banco da Geórgia. Não se pode visitar.

Museu de Arqueologia (1988). Fechado e abandonado.

Vista norte de Tbilisi a partir do museu.

As Crónicas da Geórgia (1985) contam a chegada do Cristianismo ao país. Entrada livre.

Arredores de Tbilisi vistos a partir das Crónicas da Geórgia.

Mar de Tbilisi visto a partir das Crónicas da Geórgia.

Saburtalo, na zona oeste de Tbilisi, é uma vasta área residencial e universitária. Entre 1974-76, foram construídos três blocos de habitação que estão ligados por uma ponte. Mediante o pagamento de 20 tetris (cêntimos de Lari, moeda nacional), pode-se subir de elevador até ao 14.º andar e observar o horizonte da capital.

Na ponte dos blocos de habitação de Saburtalo I.

Na ponte dos blocos de habitação de Saburtalo II.

Vista da ponte I.

Vista da ponte II.

Vista da ponte III.

Anoitecer em Saburtalo.